As idas e vindas do transporte público na Cidade Universitária

“Não existiu nenhum projeto do Metrô de ter uma estação aqui dentro. Eu fiz uma busca exaustiva no banco de dados do metrô em sua biblioteca e nenhum desenho versa pra cá”, afirma o geógrafo Oliver Cauê Scarcelli numa conversa realizada na própria Cidade Universitária. Pesquisador do Laboratório de Investigações Geográficas sobre os Usos do Território (LUTe) da Unesp de Rio Claro, Scarcelli dedica-se hoje a um estudo detido sobre quais projetos de cidade e de circulação das classes sociais estão presentes em cada projeto da linha amarela desde 1968.

Segundo o geógrafo, o fato de a linha amarela ter se tornado uma parceria público privada deve ser levado em conta para se compreender a forma que ela viria a assumir. Com a perspectiva de viabilizar o empreendimento, buscou-se reduzir os custos da linha de diversas formas, ocasionando mudanças no projeto de algumas estações e até eliminação de outras. Mesmo a ordem de construção das estações seria repensada, como indica o documento do próprio metrô “Linha 4-amarela — histórico e configuração atual”, de 2001, onde são detalhadas as transformações do projeto.

Trecho de entrevista concedida a Raphael Concli, para o Jornal da USP. Disponível on-line: http://jornal.usp.br/especial/transporte-usp/